Texto Publicado Originalmente em 22/12/2023 no Site Antigo da DIPED-SA. Disponível aqui.
Projeto intitulado “Semeando Encantamento: Celebrando a Nossa Ancestralidade” deu protagonismo às crianças e contou com o envio de presentes ao tataravô de uma das estudantes
Na foto de cima, a estudante Maya mostrando o avô do livro “Com qual penteado eu vou?”, de Kiusam. Abaixo, o tataravô de Maya, Arthur, em sua festa de 100 anos.
De um modo criativo e completamente inovador, a professora Silvana Athayde Barbosa, da EMEI Francisco Manuel da Silva, realizou o projeto Semeando Encantamento: Celebrando a Nossa Ancestralidade ao longo do 2° semestre e encantou seus estudantes do agrupamento multietário (de 4, 5 e 6 anos). Inspirada no Currículo Antirracista, Silvana contou que tudo começou no 1° semestre, quando ela estava explicando a anatomia humana para as crianças:
“As crianças se interessaram pelo corpo humano e começamos a estudá-lo. Iniciamos pelos ossos e as partes do corpo, mas, depois, trabalhamos a questão dos sentimentos para nomeá-los e conhecê-los”.
Estudantes fazendo o retrato do senhor Arthur a partir da observação de fotografias dele.
Sendo assim, a docente se aproveitou do livro “Com qual penteado eu vou?”, de Kiusam de Oliveira, para aprofundar mais o conhecimento das crianças sobre os sentimentos humanos. De acordo com ela, o enredo se desenvolve em torno do avô, que irá completar 100 anos. A fim de presenteá-lo, os netos decidem mostrar seus penteados, contar a origem de seus respectivos nomes e quais superpoderes eles tinham.
A proposta de Silvana era para que as crianças fizessem o mesmo com seus familiares, ou seja, perguntassem qual a origem de seus nomes e revelassem qual superpoder gostariam de ter. A estudante Maya realizou a proposta para casa e estabeleceu uma conexão com a obra: para a surpresa de todos, ela revelou que seu tataravô, Arthur, havia acabado de completar 100 anos, assim como o avô do livro de Kiusam.
Como consequência, os próprios estudantes tiveram a iniciativa de mandarem presentes e escreverem um livro para Arthur, que mora em Barra Bonita-BA. Visando explorar o protagonismo das crianças, a educadora sugeriu que elas fizessem retratos do tataravô de Maya a partir da observação das fotos e um quadro em que colocassem objetos que gostassem, como a natureza, arco-íris, corações e flores.
“Eu acredito no protagonismo das crianças. Para que haja aprendizagem, deve haver o interesse. As ideias partiram deles, porque quando a criança se sente ouvida, ela se engaja com o projeto”, declarou Silvana acerca do protagonismo das crianças.
Além da colaboração dos estudantes, a professora contou com a participação ativa dos familiares, que se engajaram diretamente com o projeto. Fora a presença de alguns familiares para levar o livro e os retratos na agência do Correios para Arthur, eles também foram chamados na Unidade para que vissem a reação do tataravô de Maya quando recebeu os presentes.
Estudantes da EMEI Francisco Manuel acompanhados de seus familiares indo para a agência do Correios para enviar os presentes para Arthur.
“Para as crianças, foi um momento bastante feliz. Elas ficaram muito empolgadas com o vídeo do Arthur recebendo os presentes. Já para os familiares, foi algo mais emocionante, porque eles começaram a lembrar das próprias memórias e da própria ancestralidade”, contou Silvana.
Desta forma, a docente, concluiu o projeto que abordou vivências sentimentais, aproximando crianças e idosos, frente às suas experiências de vida.
Arthur, tataravô de Maya, recebendo os presentes dos estudantes.
André Martinez
Estagiário de Jornalismo
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