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Capa Currículo

Língua Portuguesa

Penetra surdamente no reino das palavras.

Lá estão os poemas que esperam ser escritos.

Estão paralisados, mas não há desespero,

há calma e frescura na superfície intata.

Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

 

Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.

Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.

Espera que cada um se realize e consume

com seu poder de palavra

e seu poder de silêncio.

Não forces o poema a desprender-se do limbo.

Não colhas no chão o poema que se perdeu.

Não adules o poema. Aceita-o

como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada

no espaço.

(Drummond)

Linguagem e interação:

Pode-se afirmar que a linguagem tanto é constituída pelos sujeitos que interagem por meio dela, quanto constitui esses mesmos sujeitos. É fundamental considerar que a nossa compreensão da realidade se faz sempre por meio dos signos – entre eles o linguístico – e o que eles representam na nossa cultura em um dado momento histórico. Os sentidos que construímos são representações que, embora estejam ligadas à realidade que vivemos, remetem a algo que está fora dela. A linguagem verbal constitui as pessoas, pois dá significado às relações, veiculando valores que são internalizados pelos sujeitos nessas interações.” (pág. 66, 2017)

Caracterização da linguagem:  

“Para sintetizar, na perspectiva adotada neste documento, a linguagem é fundamentalmente:

a.  histórica e social, porque é constituída no uso, ou seja, os sentidos da atividade verbal são construídos num processo contínuo de interlocução entre sujeito que produz discurso e sujeito que lê/escuta. Diante disso, a língua não é homogênea, uma vez que o sujeito – produtor ou leitor/ ouvinte – não é fonte única do sentido, mas compartilha seu espaço discursivo com o outro. Os processos que a constituem são eminentemente histórico-sociais. Ela não pode, portanto, ser estudada fora da sociedade e de suas condições de produção;

b. ideológica, porque veicula, inevitavelmente, valores que regulam as relações sociais;

c. plurivalente, porque revela diferentes formas de significar a realidade, segundo a perspectiva dos diferentes sujeitos que a empregam;

d. dialógica, porque todo enunciado, por sua natureza, relaciona-se com os produzidos anteriormente e orienta-se para outros que serão formulados como réplica desse.” (pág. 67, 2017)

rede

Eixos organizadores do trabalho com a Língua Portuguesa: 

- Prática de leitura de textos;

- Prática de produção de textos escritos;

- Prática de escuta e  produção de textos orais; 

- Prática de análise linguística.

Movimento metodológico do Currículo da Cidade (pág. 80, 2017):

a) situações de trabalho coletivo: nelas as intenções são, por um lado, fazer circular informações relevantes sobre determinado objeto de conhecimento, buscando-se a apropriação delas pelos estudantes, e, por outro lado, pretende-se modelizar procedimentos – de leitura, de escuta, de produção de textos, de análise – oferecendo referências aos estudantes.

b) situações de trabalho em duplas/grupo: nelas, pretende-se observar quais aspectos tematizados3 foram apropriados pelos estudantes a partir do momento anterior e criar um espaço para que as informações apropriadas pelos diferentes parceiros – as quais também podem ser diferentes – circulem, colocando a possibilidade de novas apropriações e novas aprendizagens.

c) situações de trabalho autônomo: este é o momento de se constatar quais foram as aprendizagens realizadas, efetivamente, pelos estudantes e quais foram os conteúdos apropriados por eles. Tais situações oferecem informações a respeito de quais aspectos precisarão ser novamente tematizados, reiniciando-se o movimento do trabalho.

movimento

Documentos da SME para ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa:

Currículo da Cidade: Ensino Fundamental  

Currículo da Cidade: EJA

Orientações didáticas - vol. I

Orientações didáticas - vol. II

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