Fátima Aparecida da Silva, licenciada pela FIBA, já foi educadora da Unidade Escolar e foi contar suas experiências; ela participou nas Olimpíadas de 2008, em Pequim, e na de 2016, no Rio de Janeiro
Fátima Aparecida da Silva, ex-árbitra de basquete, reunida com os estudantes da EMEF Professor Nelson Pimentel Queiroz.
“Meu grande sonho era participar dos jogos Olímpicos. Eu não fui jogadora, não fui técnica e nem da comissão. Mas eu continuei sonhando firme e pude realizar o meu sonho. Eu escolhi ser árbitra”, disse Fátima Aparecida da Silva.
Pode-se dizer que Fátima é uma vencedora. Não porque ficou famosa ou porque virou uma atleta mundialmente conhecida, conceitos clássicos de “sucesso”. Mas sim porque contornou os desafios impostos pela vida e realizou o seu sonho de infância.
E foi justamente sobre isso que ela foi falar com os estudantes da EMEF Professor Nelson Pimentel Queiroz. Aproveitando o contexto das Olimpíadas de Paris 2024, a ex-árbitra licenciada pela Conferderação Brasileira de Basquete (CBB) e pela Federação Internacional de Basquetebol (FIBA), que já foi professora de Educação Física desta Unidade Escolar, contou sobre sobre a história dos Jogos Olímpicos e a importância deles no contexto mundial.
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Fátima mostrando às crianças os uniformes que utilizou para trabalhar nas Olimpíadas de 2008 e 2016.
Com a intenção de dar destaque para os árbitro no esporte para além dos atletas, Fátima deslumbrou os estudantes com suas experiências, especialmente ao dizer que participou como árbitra nas Olimpíadas de 2008, em Pequim, e como Coordenadora de NTOs (Oficiais Técnicos Nacionais da CBB ) e ITO's ( Oficiais Técnicos Internacionais da FIBA) nas de 2016, no Rio de Janeiro.
Ela comentou sobre seu momento mais marcante e como teve que quebrar paradigmas e preconceitos para chegar até lá:
“Em 2008, porque foi quando eu recebi a indicação. Quando recebi a carta da FIBA dizendo que fui convocada, era um sonho tornando realidade. Mas que esse sonho só realmente tornou realidade foi quando eu pisei na China. Eu fui viajando daqui, saí e fui primeiro para o Canadá. Mas quando eu pisei na China, eu recebi a chave. Eu entrei no meu quarto e aí eu recebi todas as minhas indumentárias.
Eu falei: ‘Gente, eu estou mesmo aqui’. E ali você realmente tem a noção de que está fazendo parte da história. Ainda mais para mim, uma mulher negra, pertencente a duas minorias sociais. Isso foi indescritível.”
Convidada por Ana Gilda Leocádio e por Cleusa Tonarchi, outras educadoras da escola, Fátima relatou aos estudantes todos os aprendizados que teve em sua trajetória. Ela discutiu sobre os valores inseridos no esporte e a relação deles com a vida.
“Minha mãe ensinou três ‘Ps’: paciência, persistência e paixão. E eu trouxe um quarto ‘P’: processo. Ela falava que eu tinha que ter a paciência, porque as coisas não iam acontecer sempre no meu tempo, então que eu tinha que continuar, tinha que ter persistência. E tinha que fazer as coisas com muita entrega, com muita paixão.
E hoje eu entendo que tudo tem um processo, que temos que passar pelo processo pra gente poder chegar a gente onde quer. Ainda mais a gente com foco, fé e força, podemos chegar aonde quisermos.”
“A vida é muito doida, nos leva para caminhos que nunca imaginávamos seguir. Eu costumo brincar que minha vida é definida por 4 ‘Es’: educadora, especialista em basquete, empreendedora e escritora. Eu era professora de Educação Física; hoje, sou delegada técnica da FIBA; tenho uma empresa de eventos esportivos e escrevi um livro sobre a minha carreira, chamado Como Mudar Sua Vida”, completou.
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Fátima explicando o que significam os símbolos das Olimpíadas.
Para finalizar, ela comentou sobre a importância do esporte em sua vida e quão grata ela é a ele:
“A gente fala que tem momentos na vida da gente que o valor é incomensurável. Então, eu sou muito grata ao basquete, ele mudou a minha vida. Literalmente, ele mudou a minha vida. E continua me mudando. Dia a dia, ele continua me proporcionando coisas e mudando a minha vida. Isso é incrível”.
Ao final, as crianças mostraram que adoraram a visita e expressaram todo seu carinho pela convidada. Ela foi abraçada, elogiada, ovacionada e até requisitada para uma série de autógrafos. Tamanha foi a empolgação que, quem não tinha cadernos em mãos, ofereceu o próprio uniforme para receber as gravuras da ex-árbitra. O tempo era curto, mas o carinho, infinito. Aquele foi um dia memorável para todos os presentes.
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Fátima Aparecida dando autógrafos para os estudantes da EMEF Professor Nelson Pimentel Queiroz.
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