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Foto do escritorDIPED SANTO AMARO

EMEI Leonor Mendes de Barros cria Clube de Leitura para educadoras

Ideia é que cada docente escolha uma obra e  compartilhe suas impressões com os outros participantes; o encontro é quinzenal e pode acontecer em diferentes espaços


Roda de conversa do Clube de Leitura das educadoras da EMEI Dona Leonor Mendes de Barros.


A diretora Patrícia Matos iniciou sua fala apresentando a obra que tinha lido. Segundo ela, “Cartas para minha avó”, livro de Djamila Ribeiro, lhe remeteu a diversas memórias positivas da infância. Os livros têm esse poder. Seja a partir de uma história fictícia ou um relato biográfico, os livros trazem à tona as mais incríveis histórias.

 

E histórias não faltaram no encontro do Clube de Leitura dos Educadores da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Dona Leonor Mendes de Barros. Neste primeiro momento, a temática escolhida pelo Clube foi a leitura sobre Mulheres Negras, de forma a valorizar o acervo literário da cultura negra. Assim, cada docente escolheu uma obra e compartilhou com os colegas o que mais gostou do enredo.

Segundo a Equipe Gestora, o objetivo disso é a formação do educador-leitor:


“Só se formam leitores se nós mesmas formos leitoras. Se eu tenho o costume de ler hoje, é porque algum outro leitor me incentivou a isso antes, então precisamos passar isso para as crianças também”, disse a diretora.


“A partilha das leituras traz a oportunidade para os encantamentos que a literatura nos oferece, expandindo o movimento literário dentro da escola”, completou a Coordenadora Pedagógica Luana Major.


Para além das histórias das obras lidas pelos educadores, como “O Levante” e “Olhos de Azeviche”, o local do encontro também contava muitas histórias. Com grafites de importantes protagonistas negras, o Centro de Culturas Negras Mãe Sylvia de Oxalá, antigamente conhecido como Centro de Culturas Negras do Jabaquara, representa a rica história que a cultura afro-brasileira possui no Brasil.


Parede do Centro de Culturas Negras Mãe Sylvia de Oxalá com grafites de importantes protagonistas da luta negra no Brasil. Em ordem, da esquerda para a direita: Aqualtune, Maria Felipa de Oliveira, Mãe Sylvia de Oxalá, Anastácia e Carolina Maria de Jesus.


Na roda de conversa, as professoras deixaram fluir suas memórias e, consequentemente, suas emoções. Ao falar sobre “As alegrias da maternidade”, a Assistente de Direção, Isaildes Rosane, demonstrou sua empatia e perplexidade com o enredo:


“O livro foi escrito durante a escravidão e me impressionou como o sofrimento dos escravizados foi em poesia, como se aquela fosse a única ‘válvula de escape’ deles naquele momento”, disse ela.


Professoras da  EMEI Dona Leonor Mendes de Barros lendo livros do acervo do Centro de Culturas Negras Mãe Sylvia de Oxalá.


No entanto, este local não é fixo para sediar o Clube de Leitura. Os encontros acontecem quinzenalmente e seguem as orientações e diretrizes da Secretaria Municipal de Educação, podendo ocorrer em diferentes espaços.


“A nossa ideia é ler em qualquer lugar, tendo como a nossa materialidade o livro”, finalizou a Equipe Gestora.


André Martinez

Estagiário de Jornalismo

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1 Comment


RODRIGO FOGACA SHIMIZU
RODRIGO FOGACA SHIMIZU
Apr 15

Gostei muito dessa iniciativa apresentada pelo jornalista André Martinez, é muito bonito de se ver quando uma escola se mobiliza para momentos de leitura por prazer e para compartilhar impressões sobre novos livros e autoras(es) numa comunidade leitora criada de forma "espontânea". Parabéns para a EMEI Leonor pela iniciativa e a concepção de formação de leitores da diretora Patrícia Matos: "Só se formam leitores se nós mesmas formos leitoras". É isso!

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