O encontro contou com apresentações culturais e palestras de professoras especialistas, considerando a temática definida pela SME/SP
Link para acessar as imagens: https://sites.google.com/edu.sme.prefeitura.sp.gov.br/diped-santoamaro/materias/mat%C3%A9ria-organiza%C3%A7%C3%A3o-escolar-2024
Foi dado o pontapé inicial para o ano letivo de 2024! Apesar das aulas terem começado, de fato, no dia 05 de fevereiro, a Diretoria Regional de Educação de Santo Amaro (DRE/SA) realizou, nos dias 29 e 30 de janeiro e 1º de fevereiro, a Reunião de Organização com as Equipes Gestoras das unidades escolares. Este encontro é feito anualmente e reúne todos os educadores, novos e antigos, de CEIs, EMEIs e EMEFs para servir como uma preparação para o ano letivo.
Para o ano de 2024, as diretrizes da SME/SP é de que a Leitura, Literatura e a Linguagem Escrita sejam elementos de ação e reflexão constantes dos Projetos Político Pedagógicos (PPPs).
1° Dia do encontro
No dia 29, a EMEBS Anne Sullivan e a Academia Estudantil de Letras (AEL) Sérgio Vaz abriram o encontro. Enquanto a EMEBS realizou uma contação de história acerca da inclusão dos surdos na sociedade e a dificuldade do acesso deles à Literatura, a AEL da EMEF Almirante Sylvio Heck teatralizou a obra “No coração do sertão: Vozes de mulheres e poesias”, de Conceição Evaristo.
Apresentação dos estudantes da AEL Sérgio Vaz.
Em seguida, a professora Alfredina Nery, com a apresentação “Leitores formam leitores”, envolveu os educadores presentes abordando conceitos como formação de leitores e concepção, repertório e práticas de leitura. Ela complementou sobre os três pontos fundamentais para a leitura: o texto, o autor e o leitor, sendo eles interdependentes.
“É com os outros que aprendemos a ler. Mas quem são esses outros? Primeiramente, são os autores dos livros. Depois, são os outros leitores, que vão se ajudando. No caso das escolas, esses leitores são os estudantes alfabetizados e os professores”, afirmou.
Alfredina pontuou, ainda, que a Literatura permite a leitura social, em que os leitores procuram associar os “sentidos do mundo” às obras que estão lendo, destacando aspectos como leitores formadores, um acervo rico e espaços de leitura variados.
2° Dia do encontro
No dia 30, segundo dia do encontro, a professora Suely Amaral Mello, em apresentação denominada “Leitura e cultura escrita na Educação Infantil”, citou como a escrita é um instrumento cultural complexo e que o processo atual de alfabetização das crianças está passando por uma transformação:
“Hoje, estamos mudando a nossa forma de educar e os nossos métodos de alfabetização. Até hoje, temos o mesmo pensamento da Idade Média de dividir o processo de aprendizagem em pequenas partes. O problema disso é que se perde a essência dos objetos, ou seja, as ‘partes mínimas’ da linguagem, que é seu enunciado”.
Para justificar a necessidade de mudança, Suely citou o analfabetismo funcional, afirmando que, antigamente, os métodos nos ensinavam a oralizar as palavras, mas não a ler e compreender de forma crítica o sentido do texto. Desse modo, ela analisou que o principal desafio das escolas é formar leitores e produtores de texto, já que é necessário que a escrita represente e remeta diretamente ao mundo real, expressando, portanto, a intencionalidade dos autores.
“Ler é estabelecer um diálogo com as intenções do autor, e não apenas a transformação do grafismo em sons e vice-versa. Isso, na verdade, é oralizar as palavras. Devemos ensinar às crianças a linguagem escrita, por meio de sua função social, e não somente as letras e sílabas”, declarou.
A educadora ainda afirmou que o início da aprendizagem depende da criação de um encantamento que provoque, no estudante, a vontade da aprendizagem do ato de ler e escrever. Durante o diálogo, a professora Suely apresentou diferentes propostas de incentivo à leitura e escrita.
Posteriormente, as formadoras da Educação Infantil da DRE/SA, Denise Rocha, Deni Miranda, Rose Castro e Elenice Costa, retomaram os princípios do Currículo da Cidade da Educação Infantil como forma de garantia dos direitos das crianças à integralidade, à equidade e à inclusão.
Para finalizar o momento, a professora Elen Graziano materializou o dia 30 de forma singular e especial, as ações do dia, com um lindo cordel autoral.
3° Dia do encontro
O terceiro, e último dia do diálogo com os gestores, 1° de fevereiro, contou com a presença dos CEIs parceiros. O acolhimento abordou o encantamento que a literatura provoca no universo infantil. Por meio da contação do conto da tradição oral brasileira, “Dum Dum Cererê”, um bicho que costuma sair às noites de sexta-feira para pegar crianças “malcriadas”, a professora da Sala de Leitura da EMEF Carlos Augusto, Chris Heri, encantou a todas(os).
Em continuidade, a participação da palestrante Doselene Carvalho de Oliveira Barreto, com o tema “O cotidiano no CEI em diálogo com os processos formativos”, focou no desenvolvimento profissional de educadoras e educadores, tratando do cotidiano das unidades de Educação Infantil e da ação docente que promova desenvolvimento e aprendizagem aos bebês e crianças na primeira infância. Segundo a palestrante:
“É preciso buscar indícios do que as crianças estão fazendo, que brincadeiras estão organizando, que hipóteses estão criando, para compreendê-las e possibilitar que elas avancem em suas hipótese”.
Para Doselene, “os bebês não brincam para aprender conteúdo, as ações de brincar são conteúdos de aprendizagem”. Muitas reflexões foram propostas aos presentes com questionamentos que abordaram a formação em contexto, a importância de práticas de leitura na primeiríssima infância, o mapeamento de demandas formativas, entre outros temas.
“Iniciar o ano letivo com diálogos formativos é de suma importância para a reflexão do cotidiano em unidades escolares que tem como objetivo a garantia do direito de bebês, crianças e estudantes a uma Educação Integral, Equânime e Inclusiva”, finalizou a diretora regional da DRE/SA, Carolina Droga.
Commentaires