Coletânea de Poesias do 2º Ano encanta com imaginação, tecnologia e sensibilidade
- DIPED SANTO AMARO
- há 3 horas
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A turma do 2º Ano C da EMEF Amélia Rodrigues mergulhou no universo poético e criou uma coletânea especial: “Versos da Imaginação — Poesias de Crianças”. O projeto uniu escrita criativa, alfabetização e tecnologia, mostrando que a poesia pode ser um caminho encantador para aprender, se expressar e sonhar.

A proposta surgiu do desejo de socializar as produções dos estudantes com a comunidade educativa, valorizando suas criações e aproximando as famílias da escola. Inicialmente, algumas produções eram feitas em grupos e de forma coletiva, mas ao participar da primeira Jornada Pedagógica do Fundamental, a professora Pâmela percebeu o potencial da Inteligência Artificial (IA) na educação, descrevendo essa experiência como um “divisor de águas” ao vivenciar as múltiplas possibilidades de aprendizagem que a tecnologia oferece, especialmente para estudantes com necessidades especiais.
“Comecei a planejar como iria inserir esse recurso em sala, integrando a produção literária que já trabalhávamos desde o semestre anterior e utilizando a tecnologia como ferramenta inovadora e estimulante para os estudantes em seus processos de ensino e aprendizagem”, contou a professora Pâmela.
O objetivo principal do projeto foi incentivar a criatividade, a imaginação e a capacidade de expressão escrita por meio da produção de poesias, ao mesmo tempo em que se destacava o uso consciente da tecnologia como apoio à aprendizagem.
Durante o projeto, os alunos participaram ativamente das decisões: escolheram os temas das poesias, compartilharam ideias, ouviram uns aos outros e aprenderam sobre cooperação, empatia e respeito às diferentes opiniões. A IA foi utilizada como suporte, sugerindo rimas, ideias e ajudando os estudantes a identificar aspectos gramaticais dos textos, mas sempre respeitando a originalidade das produções. Os estudantes interagiram diretamente com a IA, tanto pelo celular quanto pelo computador da sala, mediando sempre a experiência para que compreendessem que a tecnologia seria um recurso de apoio e não uma solução pronta.
Ao longo do processo, as crianças tiveram contato com diferentes gêneros literários, como haicais, e exploraram o universo dos slams — especialmente após assistirem a performances de poetas como Márcio Ricardo, Nicolle Amaral e Mariana Felix. Essa experiência ampliou o repertório cultural da turma e despertou ainda mais o interesse pela poesia.

Entre as produções, algumas se destacaram pelo impacto emocional, como “A Alma que Une”, que aborda temas como racismo e discriminação, e a poesia do estudante Nicollas, dedicada ao avô Erivaldo:
“Avô Erivaldo, sua ausência é dor, mas sua memória é luz.
E toda vez que penso no senhor, é como se a vida dissesse:
Quem amou de verdade nunca se reduz.
O senhor vive em mim, vive no sangue, vive no coração, enquanto eu tiver voz vou gritar seu nome em cada canção...
Erivaldo, meu avô, minha inspiração!”
Os estudantes ficaram entusiasmados ao ver suas poesias reunidas na coletânea ilustrada e compartilharam com colegas e professores, celebrando suas criações com orgulho.
Como parte do projeto, a turma também recebeu o poeta Márcio Ricardo para um diálogo sobre poesia e performances, momento em que os alunos puderam fazer perguntas e aprofundar seus conhecimentos, tornando o trabalho ainda mais significativo.

O projeto permitiu não apenas o desenvolvimento da escrita, mas também o aprendizado de valores como cooperação, empatia e respeito às opiniões alheias, mostrando que a tecnologia pode ser uma aliada poderosa quando usada de forma consciente.
“Explorar o universo tecnológico pode ser um caminho cheio de possibilidades. O importante é utilizá-lo de forma consciente, não como algo que oferece respostas prontas, mas como recurso de aprendizagem. Podemos explorar as poesias destacando o olhar sobre a realidade de cada estudante, seus conhecimentos prévios, sua cultura e suas múltiplas formas de ver e estar no mundo”, destacou a professora, citando Paulo Freire: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra.”
Com o sucesso da coletânea, a professora pretende expandir o trabalho futuramente, com novas produções literárias que reflitam a vida e a voz dos estudantes, fortalecendo seu protagonismo e a expressão criativa.
Confira a coletânea completa com todas as poesias ilustradas pelos estudantes.
Rayka Souza
Estagiária de Jornalismo
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