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Foto do escritorDIPED SANTO AMARO

DRE – Santo Amaro e DRE – Capela de Socorro promovem diálogo sobre Educação Antirracista (Publicado Novamente)

Atualizado: 10 de jan.

Texto Publicado Originalmente em 03/08/2023 no Site Antigo da DIPED-SA. Disponível aqui.

A live contou com a presença das professoras Iraci Ferreira Leite, Irene Izilda Silva e Ana Gilda Leocádio, educadoras consideradas referências na luta contra o racismo


O dia 25/07 é conhecido como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. Usando como prerrogativa a importância do significado desta data para toda a sociedade na promoção da justiça e reparação histórica à população negra, as integrantes do NEER - Núcleo de Educação para as Relações Étnico Raciais - Mônica Batista e Mariana Santos (da DRE - Santo Amaro) e Jaqueline Aguiar (da DRE - Capela de Socorro) promoveram um diálogo entre as educadoras Iraci Ferreira Leite e Irene Izilda Silva, com mediação da professora Ana Gilda Leocádio.


Produzida de modo virtual (clique aqui para acessar a live na íntegra), a conversa foi intitulada “Abrindo o baobá de histórias de mulheres negras na luta pela educação pública na sociedade brasileira, traçando novos caminhos” e objetivou abordar as experiências destas educadoras negras contra o racismo e na luta para a promoção da igualdade racial, percursos de uma educação Antirracista.


Ativista nas unidades escolares públicas da região sul de São Paulo, Dona Iraci recordou como começou sua trajetória na Educação e contou sobre os obstáculos superados em prol da missão de levar a educação ao povo negro.



Foi perseguida pelo governo ao realizar uma greve para reivindicação de melhores condições de trabalho para os professores e, além disso, conciliou esforços de professores e familiares para limpar as escolas e alimentar os educandos para dar sequência ao plano de educá-los. Sobre isso, Iraci comentou como o espírito de união floresceu na comunidade durante a luta contra o racismo:


“A luta por educação não se faz sozinho; é fruto da soma de várias pessoas que, mesmo sendo anônimas, deixam sua marca nas comunidades em que vivem”.


Em seguida, Irene complementou a conversa trazendo fatos atuais que demonstram como a comunidade negra ainda é assolada pela opressão e violência institucionalizada, como os dados referentes à violência policial e o assassinato mais frequente de pessoas negras, além dos danos morais e psicológicos.


Indignada, Irene relembrou situações de sua vida em que sofreu com o racismo e defendeu a Educação Antirracista, afirmando que a formação continuada é o caminho para a concretização de uma educação verdadeiramente antirracista e, consequentemente, para a superação do racismo.


“Em pleno século 21, ainda temos que fazer greves e manifestações para pregar o respeito pela multiplicidade. Porque o Brasil é um país múltiplo, mas muitas vezes os negros são invisibilizados, e isso não pode ocorrer”, apregoou.


Além disso, ela ressaltou que é fundamental que a Educação Antirracista seja implementada nas unidades escolares e que seja abordada diariamente, não apenas nas datas especiais que se relacionam com a história do povo negro (como o próprio dia 25/07 ou o dia 20/11, que é o Dia da Consciência Negra).



A equipe da EMEF Ministro Calógeras compartilhou do pensamento de Irene e foi um exemplo de Unidade Escolar que implementou a Educação Antirracista sem ser em uma data especial aos negros. Na ocasião, o grupo docente realizou o Sarau Poético “Mulheres Negras”, no qual os estudantes declamaram poemas de diferentes autoras, versando sobre a questão racial. Os livros selecionados para o sarau foram: “Escritoras de Cadernos Negros – Contos e Poemas Afro-Brasileiros”, “Poetas Negras Brasileiras uma Antologia” e “Pretextos de mulheres negras”.


A integrante do NEER, Mônica Batista, acredita que “Iraci, Irene e Ana Gilda são verdadeiras ‘guerrilheiras’ da Educação" e finalizou a live ao dizer:


"Elas são referências na luta contra o racismo estrutural. É essencial apontar que essas educadoras fazem parte da história da população negra e que a luta delas é um incentivo para aqueles que querem se expressar, questionar o status quo e que têm a intenção de fazer do mundo um lugar mais justo e igualitário, começando pelo acesso à educação, que é um direito de todos e todas”.


André Martinez

Estagiário de Jornalismo

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