Texto Publicado Originalmente em 21/09/2023 no Site Antigo da DIPED-SA. Disponível aqui.
Seminário contou com a exposição de profissionais da Saúde, da Segurança, da Educação e de estudantes da rede
Com o objetivo de buscar estratégias coletivas para o enfrentamento da violência nas escolas, a Diretoria Regional de Santo Amaro (DRE – SA) realizou, no dia 12 de setembro, o seminário “A proteção escolar como desafio complexo e permanente”.
O evento ocorreu no teatro do CEU Caminho do Mar e foi organizado pelo Comitê de Proteção Escolar, que contou com o apoio do Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA) e do Centro Educacional Unificado e da Educação Integral (DICEU). A mediação foi feita por Marcos Manoel dos Santos, Diretor da EMEI Cruz e Sousa, e por Ana Cláudia de Paula, Coordenadora do NAAPA da DRE – SA.
Bancada formada no seminário do dia 12/09
Apresentando atuações das respectivas instituições no que tange a programas e protocolos adotados para o combate à violência, o seminário contou com representantes da Equipe Carlotas, da Assistência Social e da Superintendência de Operações da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM/SP).
Programa Explore Carlotas
A Equipe Carlotas – formada por Adailza Barbosa (pedagoga, psicopedagoga e psicodramatista), Fernanda Gutierrez (especialista em Justiça Restaurativa e em Mediação de Conflitos e que trabalha voluntariamente na Vara Especial da infância e Juventude, VEIJ), Gabriela Treteski (graduada em Psicologia e em Psicodrama) e pela pedagoga e neurocientista Nayara Bareze -, denominou sua exposição como “Fortalecimento de Vínculos e Quebra de Ciclos de Violência”.
Psicóloga e psicodramatista Gabriela Treteski, da Equipe Carlotas, durante exposição no seminário acerca da violência nas escolas.
Elas começaram introduzindo o Programa ExploreCarlotas, o qual procura desenvolver a educação socioemocional, diminuir os índices de violência e buscar ressaltar a empatia e o respeito através da arte, da ludicidade e do diálogo.
Pontuaram, também, o papel ativo que as escolas têm na atuação contra a violência, defendendo que, como não há “receita de bolo” para encarar esse tema, é necessária uma transformação cultural para alterar o panorama atual.
Adailza Barbosa, formada em Pedagogia, Psicopedagoia e Psico drama e integrante da Equipe Carlotas.
Para finalizar, elas sugeriram ações de prevenção à violência. Criação de projetos pedagógicos, criação de espaços de diálogo qualificado com profissionais para todos (estudantes, gestão, familiares e funcionários) e reiteração dos Direitos Humanos, da diversidade e do respeito nas aulas foram algumas propostas.
Fatores recorrentes
Apresentando a violência pela perspectiva da Saúde, Luana Euzébio, da Assistência Social, começou sua exposição afirmando que, em sua pesquisa, ela encontrou três fatores recorrentes na violência contra crianças e adolescentes: o adultocentrismo, o patriarcado e o racismo.
Luana Euzébio, da Assistência Social, em sua apresentação.
Luana definiu o adultocentrismo como a invalidação ou a inferiorização das crianças por parte dos adultos, o que resulta na supressão de direitos das crianças e adolescentes.
No patriarcado, o poder é atribuído aos homens e coloca as mulheres em uma posição de inferioridade, culminando na desigualdade social de gênero. Como consequência, isso provoca o aumento da violência contra a mulher.
Com relação ao racismo, ela abordou que a escravização dos povos negros e indígenas naturaliza a violência contra as diversas etnias.
O papel da GCM
Em sua explanação, “Panorama da Violência na Cidade de São Paulo”, o Inspetor Superintendente do Adjunto da Superintendência de Operações da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM/SP), Marcos dos Santos Queiroz, ressaltou que a GCM faz parte da rede de proteção e tem papel importante na garantia da segurança dos estudantes.
Após apresentar o número de estudantes a serem protegidos e comentar sobre os procedimentos adotados, o Inspetor Marcos relembrou os casos de violência ocorridos em março deste ano e finalizou expondo que as ocorrências nas escolas públicas municipais aumentaram exponencialmente: enquanto foram apenas duas ocorrências em 2022, esse ano já foram vinte e duas.
Inspetor Superintendente Marcos dos Santos Queiroz apresentando no seminário.
Relatos de experiência das escolas
Márcia Simões, diretora da EMEI Lourdes Heredia Mello, estudantes gremistas da EMEF Professora Ana Maria Alves Benetti, a professora Ana Paula Rodrigues da EMEF Almirante Sylvio Heck e o Professor Roberto Bezerra dos Santos, da EMEF Deputado Sussumu Hirata, representaram a Educação e realizaram alguns relatos de experiênciade ações bem sucedidas em relação ao combate à violência.
Estudantes que compõem o Grêmio Estudantil da EMEF Professora Ana Maria Alves Benetti expondo suas ações no combate à violência.
André Martinez
Estagiário de Jornalismo
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